quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Editorial - Da arbitrariedade universitária

Apesar de estudarmos em uma universidade pública, não raro somos surpreendidos por decisões administrativas, de mérito para lá de discutível, tomadas sem nenhuma discussão com a comunidade acadêmica. Exemplo máximo disso é o projeto de transformar o Gragoatá numa versão reduzida do Fundão, com carros passeando livremente por dentro do campus. Se é difícil escutar aulas por causa das obras, com caminhões e carros particulares a coisa certamente não ficaria menor.
Felizmente a reitoria voltou atrás, não sem antes ter de encarar uma ocupação de seu prédio no Ingá. De quebra, ainda teve de conversar sobre diversas outras reivindicações antigas dos estudantes, como a construção de outro bandejão. Como será que vão as obras?
As vias Orla e 100 estão longe, infelizmente, de serem as únicas medidas recentes bizarras da reitoria. Ano passado, através do email @id.uff.br, pelo qual recorrentemente somos alvo de propaganda institucional (que incluem avisos sobre a semana de prevenção ao ataque cardíaco e um parabéns pelo dia dos professores), fomos informados sobre uma nova carteirinha de estudantes da UFF. Teríamos inúmeras vantagens: a carteirinha poderia ser usada como cartão de débito (com desconto em negócios perto dos campi) e Vale Transporte, além de, claro, carteira de estudante.
O que recebemos, no final do semestre passado, foi um cartão do Santander (já com seu potencial número) que tem, por acaso, nosso nome e uma foto mal impressa. Para ser justo, há também o nome do curso, mas, ilustrativamente, em várias não há o número de matrícula. Para habilitar a função Vale Transporte, é necessário desabilitar qualquer Bilhete Único ou semelhante já cadastrado pelo CPF do aluno. Qualquer um que já usou o site do Riocard sabe que isso é equivalente a dizer que não é possível usar a Função Vale transporte.
Por que nosso cartão da UFF virou um cartão de débito do Santander? Como foi o processo de licitação? O que a universidade ganhou com isso? Para onde foi o dinheiro do convênio? Será que a biblioteca terá mais dinheiro para fazer aquisição de livros? Será que o os banheiros masculinos do Bloco N não vão feder mais nem ser hábitats de colônias de mosquinhas?●

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