Antonio Kerstenetzky é graduando em História pela UFF.
Resignado, singrei as calçadas sob chuva (sim, estava chovendo), disposto a entregar um “desculpa, professor, a chuva, a greve...” à porta. Ganhei o Gragoatá, desviei da obra do bloco novo, atravessei o lamaçal/estacionamento. Percebi com certo alívio que o lago que semestre passado se formava invariavelmente quando chovia, ali entre o Bloco N e a barreira de carros que protege o estacionamento/lamaçal das pessoas, deixou de se formar. Nada que possa ser creditado à prefeitura do campus, ao que parece – a obra que por vezes nos impede de ouvir o que é dito nas aulas avançou o suficiente para que algumas paredes metálicas que escoravam a água fossem movidas.
De todo modo, não tinha muito tempo para perder agradecendo mentalmente ao mestre de obras pela remoção de mais um dos obstáculos no caminho da educação pública superior de qualidade – uma aula me esperava.
Ledo engano. Podia ficar quanto tempo quisesse agradecendo: o bloco N estava trancado. O bloco que concentra todas as aulas dos cursos de História, Filosofia, Ciências Sociais e Psicologia estava fechado a chave. Ali em volta do portão, grupos de alunos e de professores, sonolentos e com frio, vagavam sem objetivo. Colado na porta gradeada verde, um aviso. Ainda bem, um esclarecimento. Certamente o responsável pelo bloco foi almoçar e deixou seu celular. Err... “A Aula de Antropologia I é na sala X do bloco O”. OK. O bloco O estava aberto e o N, fechado. Aliás, todos os blocos do campus estavam abertos e o N, fechado.
Culpa da greve dos ônibus, é claro.●
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